Cultura e vivências através da arte de Denis Cândido

Em um mergulho profundo em sua trajetória artística, Denis compartilha suas inspirações, desafios e a forma única como sua arte se conecta com as pessoas.

Cultura e vivências através da arte de Denis Cândido

O olhar de Denis Cândido revela a essência da periferia através de traços que contam histórias de vivências, contrastes e sentimentos. Seu trabalho transforma o cotidiano em arte, capturando a autenticidade das ruas e a força da cultura popular.

Com a mesma energia que imprime em suas telas e designs, Denis transforma as vivências de sua cidade em obras que dialogam com as raízes do povo, misturando o futebol com a urbanidade que o cerca.

Confira abaixo a entrevista completa!


De onde você vem e de que forma a sua cidade inspira o seu trabalho artístico?

Sou nascido em Macaé RJ, porém me mudei para Campos dos Goytacazes RJ ainda bem novo, quando criança. Acho que crescer aqui moldou a forma como enxergo o mundo e crio minha arte. Através das vivências de rua, contrastes, cultura e cotidiano, a cidade tem um papel fundamental nas inspirações para meus trabalhos artísticos, carregando dessa forma muita história e sentimentos pra quem vive o que eu vivi e vivo.

Arte: “Advinha o ddd” - Reprodução/Instagram: @sxned_

Como nasceu a sua paixão por arte e design, houve algum momento ou figura que te despertou para isso?

Acredito que, como muitos artistas, essa paixão nasceu em mim por conta da necessidade de me expressar. Desde criança, sempre fui muito curioso e criativo, mas com o passar do tempo acabei deixando de exercitar esse meu lado. Foi no ensino médio, quando me deparei com a pergunta sobre qual carreira profissional seguir, que redescobri esse lado através do design gráfico. Pra mim, tanto o design quanto a arte são formas de dar sentido ao que sentimos e nos dar uma direção.

Quais artistas chamaram a sua atenção no começo da jornada e como eles influenciaram o seu estilo?

No começo da minha jornada, o multiartista @1993agosto teve um papel essencial. Através dos seus stories descontraídos, mas sempre conscientes, ele me encorajou a expor minhas artes e também se tornou uma grande referência de estilo pra mim. No decorrer da minha carreira, os artistas que mais me chamaram a atenção foram aqueles que expressavam em suas obras vivências parecidas com as minhas, passando uma mensagem semelhante à que sempre quis passar. Posso citar: @a.llencar, @calvet_arts, @ian.salamente, @maxwell_alexandre, @eduribeiro, @realvitt__, @abuktt, @bruno.lyfe, entre outros.

Reprodução/Instagram: @1993agosto

De que maneira o esporte influencia o seu trabalho como pintor e designer, especialmente ao misturar referências do Clube de Regatas do Flamengo nos seus projetos?

O esporte influencia de forma direta e natural no meu trabalho, porque sempre esteve presente no meu cotidiano. Jogar, torcer e viver o futebol, especialmente o Flamengo, sempre fez parte da minha vida. Tudo isso reflete na minha identidade. O Flamengo, em particular, sempre foi minha maior paixão e o clube para o qual torço, o que torna ainda mais significativo unir essa paixão à minha outra paixão, a arte. É uma forma de celebrar e transformar a cultura popular, a emoção e a paixão coletiva em arte.

Você participou da criação da capa do álbum “Ainda é o Rap dos Novos Bandidos”, do Sant. Como essa experiência impactou seu processo criativo?

Trabalhar na capa desse álbum foi marcante pra mim, não só como profissional, mas também como um grande fã do Sant e do LPBeatz. Foi uma verdadeira honra poder unir minha arte com a deles. Além disso, foi muito desafiador, por ser um dos meus primeiros projetos com artistas já consolidados, o que me fez refletir sobre a responsabilidade da arte em transmitir uma mensagem. Foi um processo de muita troca de ideia e testes, pra entender o conceito do álbum e transmitir isso da melhor forma na capa. Com certeza me fortaleceu como profissional e me abriu portas. Sou muito grato ao LP por essa conexão.

Capa: "Ainda é o Rap dos Novos Bandidos" - Reprodução/Instagram: @originalsant

Quais obstáculos você já encontrou na carreira artística e como conseguiu superá-los?

Um dos obstáculos que enfrentei foi a busca constante por uma identidade artística que realmente me representasse e refletisse minha essência no resultado final. Outra dificuldade foi o perfeccionismo, que acabou me prendendo na hora de expor minhas obras por achar que sempre dava pra melhorar algo. Com o tempo, e com conversas com amigos, tanto artistas quanto não artistas, percebi que o mais importante é estar sempre em evolução e se permitir errar, pois a arte nasce do processo, não da perfeição.

O que vem por aí nos seus próximos projetos e que colaborações podem surpreender o público?

Estou em um momento de expansão. Quero que minha arte chegue cada vez mais longe, para mais pessoas e mais lugares. Tô preparando o lançamento de prints e quadros originais para venda, algo que sempre tive vontade de fazer e que bastante gente pede. Além disso, já tem diversas novas artes rascunhadas e em produção. E, sobre colaboração, vem aí grandes projetos com uma marca que admiro muito. Confesso que estou bastante ansioso pra expor tudo logo.


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