Criatividade, Arte e Liberdade;
Conheça a trajetória do criativo QUATROeVICT, que vem conquistando seu espaço no cenário das artes visuais e do design gráfico.

Com raízes na zona norte paulistana e uma herança artística familiar vinda de pais arquitetos, Guilherme desenvolveu um olhar único para a cidade desde pequeno. Sua arte combina elementos do grafite com uma profunda pesquisa sobre espaços urbanos não convencionais. Como fundador da agência 8Ball, ele expressa sua identidade através de diferentes linguagens visuais, mergulhando no universo do desenho, fotografia e motion design.
Em nossa conversa, Guilherme compartilhou suas inspirações, falou sobre como superou desafios pessoais que influenciaram seu processo criativo e revelou o que o inspira a buscar autenticidade e significado em cada projeto, confira abaixo:
De onde você é natural e de que forma esse lugar influenciou seu olhar estético?
Nascido na zona norte de São Paulo, sou completamente urbano. Estar ligado à cidade, como ela fala e age, me fez ver as coisas da forma como elas funcionam por aqui: entender os ambientes, entrar e sair deles sempre da melhor forma. Essas vivências cotidianas influenciam diretamente minha criação.

Como e quando você descobriu sua paixão pelo design gráfico?
Cresci em uma família onde o design das coisas sempre foi percebido, mas não com essa palavra (para mim). Desde pequeno, desenho e crio coisas. Com o tempo, comecei a procurar mais aquilo que gostava de ver, um estilo visual que me despertava o olhar e me fazia querer criar coisas que se correlacionassem com ele. Quando fiquei mais velho, entendi que existiam pessoas que estudavam isso e inventavam coisas visuais. Fui pesquisando e criando até que, em algum momento, percebi que eu já tinha um estilo.
Quais artistas, movimentos ou referências visuais te inspiraram no começo da carreira?
Os primeiros gatilhos criativos vieram quando comecei a categorizar os estilos que me interessavam e de onde eles vinham por exemplo, a moda, a rua. Entendi o grafite bem novo, lia as pichações perto de casa aos sete anos. Isso me fez pesquisar, por conta própria, a origem do hip-hop, que é algo crucial para o Guilherme criança. A ideia de que a cidade podia ser um museu sempre me instigou muito.
Foto: Reprodução / Instagram - @quatro.e.vict
Quais dos seus trabalhos foram um ponto de virada na sua trajetória? O que os tornou especiais?
Acho que a caminhada é uma construção, e eu ainda estou no começo do meu percurso. Tenho alguns trabalhos dos quais me orgulho, mas ainda estou estudando muita coisa que não foi executada. As identidades visuais que desenvolvi na minha agência durante a faculdade de publicidade e propaganda, a 8Ball, me ajudaram a entender meu potencial criativo e a consolidar minha identidade visual, que ainda está em processo de finalização.
Desde as fotos que tiramos, unindo arte e design, até a pesquisa sobre o “não-lugar”, que é um estudo pessoal sobre pertencimento, venho tentando encontrar um espaço em que possa existir como criador. Tudo isso me ajuda a me desenvolver e me adaptar, expandindo de diversas formas.
'8Ball' - Reprodução / Instagram - @quatro.e.vict
Além do design gráfico, você atua em outras áreas? Como isso dialoga com seu trabalho principal?
Primeiro, me descobri no desenho e nas artes plásticas isso guia muito minha estética. Sempre tento encontrar uma forma de incluir o desenho nas minhas criações. Nos últimos anos, a fotografia se tornou uma forte aliada da minha pesquisa visual. Entender os conceitos já existentes nas paisagens ao meu redor soma muito ao que crio. Recentemente, comecei a estudar edição de vídeo e motion.
Quais foram os maiores obstáculos que você enfrentou até agora e como os venceu?
Meu maior obstáculo é muito interno: lidar com a ansiedade, a autocrítica e a cobrança de querer executar exatamente o que está na minha mente. Às vezes, travo por idealizar demais o resultado.
Com o tempo, fui aprendendo a respeitar meu processo, a entender que tudo tem seu tempo e que criar também é se permitir errar e buscar novas soluções. Comecei a enxergar o valor do silêncio, da pausa — e isso tem me ajudado a limpar um pouco a bagunça da minha mente, para que novas ideias possam florescer.
O que você busca comunicar ou provocar no público por meio dos seus projetos?
Hoje, ando na brisa de mostrar o meu ponto de vista. O público não acaba sendo o foco principal. Quero criar algo que me deixe livre, algo que traduza o que tenho vivido nos meus dias, e compartilhar isso esperando que alguém se identifique. Afinal, nenhuma situação é isolada quando a gente entende o mundo por essa perspectiva.